sábado, 18 de janeiro de 2014

Pequenos prazeres da mesa e da vida, que a gente não pode perder entre as memórias da infância

As minhas lembranças preferidas estão ligadas aos cheirinhos e sabores das comidinhas da minha mãe, quando sinto o cheirinho ou o sabor de algum ingrediente, é como se fosse remetida á minha infância. As melhores receitas, são aquelas mais simples, bife de caldo com pimentinha de cheiro... cortadinho de abóbora... lombo... mantinha de filé... 
bolo de puba... bolinho de tapioca... 
Huuummm... 
saudade...

Veja que legal esse texto de Marcelo Katsuki, ele é blogueiro (comesebebes.com.br) "Passa metade do dia pensando em comida. 
Na outra metade, ele sonha".

"De repente bateu uma vontade de voltar a ser criança. A vida era muito mais divertida! Nada de crises, nada de problemas. Mas tenho muito bem guardadas minhas comidas afetivas. Por isso resolvi listar algumas delas que marcaram minha infância e que ainda aparecem vez ou outra no meio de uma tarde chuvosa ou num dia de calor senegalês, trazendo frescor e alegria para espantar qualquer sentimento cinza. Vejamos:

• Jabuticaba congelada. Eu adorava congelar as bolas pretinhas de “capinha” firme e interior suculento. Em uma hora estavam durinhas.

• Brigadeiro de leite Ninho com Nescau. Ô, preguiça boa, nem de fogo precisava. Bastava encher a caneca com a mistura “mágica” e completar com um pouquinho de água gelada. Mexia com uma colher, que fazia voar pó para tudo quanto era lado. Ótimo para criar efeito esfumaçado no sofá da sala e deixar a mãe de cabelos em pé.

• Gelatina colorida: que coisa trabalhosa. Mas e a alegria de ver um mosaico novo a cada fatia servida? Parece que voltou a moda.

• Maçãs do amor: guloso que só eu, era capaz de comer duas ao mesmo tempo. Mas como resistir ao apelo da doçura e crocância adicionadas pela capinha de caramelo envolvendo a fruta levemente ácida? Até quebrei dente com elas.

• Algodão doce: era pura magia. Açúcar cristal colorido girando até se transformar numa teia de aranha colorida. Doce, leve, lúdico, derrete na boca ao simples contato com a língua. Tão intrigante que até hoje é servido em restaurantes descolados e a gente ainda se maravilha com ele.

• Bolinhos de chuva, envoltos em açúcar e canela em pó. Ainda torço para chover nas tardes de domingo só para ficar na frente da TV me deliciando com os bolinhos. Da minha mãe, porque os meus poderiam ser utilizados como pedras no estilingue.

• Manga na parede. Eu pegava a coitada e socava na parede sem dó, até amolecer. Depois fazia um furinho, com os próprios dentes e chupava o suco da fruta com a destreza de um explorador sobrevivendo em uma floresta selvagem.

• Goiaba verde, mas só no pé. E ainda comia pendurado de ponta cabeça, desafiando os movimentos peristálticos aprendidos na escola. Na verdade, abusava do talento de ginasta olímpico mirim, carreira que nunca rendeu sequer uma medalha.

• Biscoito de polvilho molhado na água para ficar chupando. Nem sei por que fazia isso, mas nunca fui uma criança muito normal mesmo.

• Bolacha recheada. Adorava separar, lamber o recheio e grudar de novo. Tema bom para eu discutir na próxima terapia.

• Gelinho, chup-chup, dindin, sacolé, não importa o nome, quem nunca fez? De Ki-suco de uva, de gelatina, de limonada e até de leite de coco. Hoje eu faria um de caipirinha. E por que não um sacolé de Martini? Dindin de mojito, olha que refrescante! Pronto, modernizei.

• Mas minha comida afetiva favorita é o “moti” (bolinho de arroz glutinoso) com calda de shoyu e açúcar. Os bolinhos eram assados na chapa untada com pouco óleo. Estufavam formando uma capinha crocante, mas mantendo um interior elástico e grudento. E precisavam ser comidos imediatamente, sob o risco de perder todo o encanto. É muita magia contida num simples bolinho. Até o Ferran Adrià se encantaria, aposto.

Então, gente, fica a dica: vamos fazer uma pausa nessa corrida maluca e resgatar as coisas simples que habitam nossas lembranças. É prazer garantido e você nem vai precisar de muita coisa para se emocionar. Afinal, como diz François Simon, “comer é um sentimento”. E até hoje ainda não inventaram nada que supere a comida afetiva."

Fonte:Uol

6 comentários:

  1. Viajei, doces recordações. Adorei relembrar. Bom domingo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Sisi,

      Os sabores nos fazem viajar no tempo, mergulhar nas histórias de afeto das nossas mães nos fazendo um carinho através de suas comidinhas insuperáveis.

      Um abraço!
      Boa semana pra você.

      Excluir
  2. Oi minha flor, adorei suas recordações de infância. Bom demais!
    A gente até inventa de fazer algumas coisas que nos remetem aos bons tempos. Por exemplo, comer bolacha recheada, hoje já não como mais, nem sei porquê... mas antes, comia todos os dias, separava as partes e fazia um montinho com o recheio... hehehehehehe

    Beijão.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi lindinha,
      Quando somos crianças tudo é tão simples... ah! que saudade...
      Você vai ter a oportunidade de comer muitos recheados com a fofurinha que vai chegar.
      Beijão!

      Excluir
  3. Olá querida amiga adoro cozinhar e amei as suas receitas e dicas, vim conhecer seu cantinho através do Agenda dos Blogs. Gostei muito do seu blog, das dicas, do designer você estar de parabéns!
    Te convido para conhecer o meu cantinho também se gostar e seguir me avisa que retribuo o carinho.

    Quero te desejar um click cheio de luz, amor e muito sucesso!

    http://marombeirafitness.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Obrigada pela visita!
Deixe as suas e leve as minhas experiências culinárias, comente, dê feedbacks.